Sucessivas quedas nas pesquisas abre crise na campanha de Marina Silva. Dirigentes do PSB acusam a candidata de não ouvir ninguém

As brigas no QG de Marina: Dirigentes do PSB jogam exclusivamente sobre a ex-senadora a responsabilidade pela queda nas pesquisas eleitorais.

“Eles fazem tudo errado, não ouvem ninguém e não assumem os próprios erros. Assim fica muito difícil mesmo”. Essa foi a frase proferida na manhã desta segunda-feira, dia 29, por um dos principais líderes nacionais do PSB, quando perguntado sobre as seguidas quedas da candidatura de Marina Silva nas pesquisas pré-eleitorais e o fraco desempenho da ex-senadora no debate de domingo à noite. Estava se referindo ao grupo mais próximo de Marina, que não conseguiu criar a Rede (partido idealizado pela candidata) e acabou se abrigando no PSB com as bênçãos Eduardo Campos. O ataque do pessebista traduz com exatidão a guerra instalada entre a Rede e o PSB em torno da candidatura de Marina.
Os dirigentes do partido jogam exclusivamente para Marina e seu grupo a responsabilidade pela queda nas pesquisas. Argumentam que, por quase um ano, Campos construiu uma estratégia de campanha que visava a apresentar ao eleitor uma terceira via e não mais um oposicionista. “O projeto de Campos era mostrar que os avanços obtidos no País são resultado de uma sucessão de políticas. Começou com FHC, passou por Lula, Dilma e agora precisa de uma nova gestão. Não de uma ruptura. Assim como Lula não promoveu rupturas em relação a FHC”, explicou o líder do PSB. “Mas a equipe de Marina ignorou tudo isso e se apresentou como mais uma candidata de oposição. Claro que não iria dar certo. Até ontem ela era do PT e do governo”.

O grupo de Marina também não faz mais questão de esconder as divergências. “Ficamos reféns de um programa carregado de lacunas e incoerências. E essa fragilidade programática acabou sendo transferida para a imagem da candidata”, afirmou um dos mais próximos colaboradores da Rede. Outro problema apontado pelos “sonháticos” de Marina é a falta de alianças. “Logo que chegamos, passaram a mensagem de que a Marina atrapalhava as parcerias regionais, mas o que vemos hoje é que o PSB não deixou nada bem costurado e interesses pessoais falaram mais alto do que a estratégia partidária”, diz um deputado ligado à ex-senadora.

É nesse clima absolutamente bélico que pessebistas e “sonháticos” precisam encontrar uma solução para tentar estancar a sangria de votos. Aos dois grupos, a candidata afirmou estar cansada e frustrada com a incapacidade de seus aliados de conseguir dar respostas mais duras aos ataques que vem sofrendo. A própria Marina também já avisou que caso passe para segundo turno irá promover profundas alterações no comando da campanha, principalmente na área de comunicação.   


Fonte: Revista ISTOÉ - 29/09/14.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Tire também a sua dúvida: Fluzão ou Flusão?

Nova Iguaçu: Decreto divulga a relação das 25 escolas em local de "difícil acesso". Professores terão adicional de 20% no salário

Colégio Estadual muda de nome em Nova Iguaçu: antigo Costa e Silva agora é Abdias Nascimento. Saiba um pouco dessa história.