Marco Civil da Internet: você ainda tem dúvidas?
Confira sete perguntas e respostas sobre o futuro da
internet no Brasil
O portal da EBC – Empresa Brasileira de
Comunicações publicou, após a aprovação do Marco Civil pela Câmara de
Deputados, sete perguntas e respostas selecionadas a partir de perguntas feitas
pelos internautas. Confira abaixo:
1)
O que é o Marco Civil mesmo?
O projeto de lei
21626/11, conhecido popularmente como o Marco Civil da Internet, é uma espécie
de "constituição" que vai reger o uso da rede no Brasil definindo
direitos e deveres de usuários e provedores da web no país. No dia 25 de março
de 2014, após quase três anos de tramitação na Câmara, o plenário da casa aprovou o
texto final do projeto, que segue para análise e votação no Senado
antes de ser sancionado pelo Executivo.
2) Onde encontro o texto aprovado no plenário
da Câmara?
Você pode ter acesso
ao texto completo aqui.
3) Quais direitos o Marco Civil vai me
garantir?
Além de criar um
ponto de referência sobre a web no Brasil, o Marco prevê a inviolabilidade e
sigilo de suas comunicações. O projeto de lei regula o monitoramente, filtro,
análise e fiscalização de conteúdo para garantir o direito à privacidade.
Somente ordens judiciais para fins de investigação criminal podem ter acesso a
esses conteúdos. Além disso, prevê a não suspensão de sua conexão, exceto em
casos de não pagamento e a manutenção da qualidade contratada da sua conexão.
As empresas que
descumprirem as regras poderão ser penalizadas com advertência, multa,
suspensão e até proibição definitiva de suas atividades. E ainda existe a
possibilidade de penalidades administrativas, cíveis e criminais.
4) Como é essa história de guardar logs por 6
meses?
Antes de tudo, log é
um termo em inglês utilizado na inofrmática para identificar qualquer
informação de acesso. Nele há dados como horário de criação de um arquivo,
alteração etc, mas não o conteúdo em si. Segundo o Marco Civil, os provedores
de conexão são proíbidos de guardar os registros de acesso a aplicações de
internet. Ou seja, o seu rastro digital em sites, blogs, fóruns e redes sociais
não ficará armazenado pela empresa que te dá acesso à web.
Mas, pelo artigo 15
do PL, toda empresa constituída juridicamente no Brasil (classificada como
provedora de aplicação) deverá manter o registro desse traço por seis meses.
Elas também também poderão usá-lo durante esse período nos casos em que usuário
permitir previamente. Mesmo assim, são proíbidos de guardar dados excessivos
que não sejam necessários à finalidade do combinado com o usuário.
5) Então meus emails vão ser apagados após
seis meses?
Não. Os provedores de
aplicação terão que apagar os seus registros de acesso após seis meses, mas
todos os serviços oferecidos como e-mails, fóruns de discussão etc são mantidos
na rede conforme termos de contrato estabelecido.
6) E o que é a neutralidade da rede?
O princípio da
neutralidade foi estabelecido junto à concepção da web. Ele diz que a rede deve
ser igual para todos, sem diferença quanto ao tipo de uso. Assim, ao comprar um
plano de internet, você paga somente pela velocidade contratada e não pelo tipo
de página que você vai ou poderá acessar. Em acordo com a oposição ao governo,
o texto aprovado prevê que a neutralidade será regulamentada por meio de
decreto após consulta à Agência Nacional de Telecomunicações e ao Conselho
Gestor da Internet (CGI). Resumindo: você acessa o que quiser, independente do
tipo de conteúdo. Paga, de acordo, com o volume e velocidade contratados.
7) O que são data centers e por quê eles não
precisam estar no do Brasil?
O relator do projeto
retirou do texto a exigência de data centers no Brasil para armazenamento de
dados. Um data center é uma central de computadores com
grande capacidade de armazenamento e processamento de dados onde ficam,
normalmente, os arquivos dos sites, e-mails e os logs de acesso. Com as
denúncias de espionagem eletrônica feita pelos Estados Unidos, o governo brasileiro
tinha proposto o armazenamento de dados somente em máquinas dentro do
território brasileiro, mas essa obrigação saiu do texto aprovado.
Fonte: Portal EBC
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