Senador Renan Calheiros impede votação que reduz a tarifa e energia elétrica. E o povão é quem fica com o prejuízo.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), avisou nesta terça-feira que não fará a leitura da Medida Provisória (MP) 605, que reduz a tarifa de energia no país, aprovada no plenário da Câmara dos Deputados. Considerada prioritária pelo Palácio do Planalto, já que a diminuição da conta de luz foi anunciada em rede nacional pela presidente Dilma Rousseff, a MP perderá a validade na segunda-feira se não for votada pelos senadores.
“Não vou ler nenhuma. Nenhuma, nenhuma, nenhuma”, afirmou o senador, em telefonema para a secretária-geral da Mesa Diretora do Senado, Cláudia Lyra. O telefonema foi flagrado por jornalistas que aguardavam o senador na porta do seu gabinete. A leitura da MP pelo presidente da Casa faz parte do rito regimental do Senado. Na prática, significa que a MP já poderia ser votada pelo plenário.
Com a declaração de Renan de que não irá acelerar a votação, o corte de 20% na conta de luz deverá ser inviabilizado.
A reação de Renan já havia sido anunciada durante o embate do governo para aprovar a MP dos Portos. Na ocasião, ele organizou uma "força-tarefa" de senadores aliados e acelerou o processo de análise da MP para evitar que ela expirasse. Senadores de diversos partidos criticaram a articulação e se queixaram do papel apenas "carimbador" do Senado, já que as negociações e ajustes no texto só ocorreram na Câmara. Após o desgaste, Renan afirmou que as próximas MPs teriam prazo mínimo de sete dias para análise.
“Esse foi um compromisso assumido com o plenário de que o Senado precisaria de pelo menos sete dias. Não é uma decisão do presidente, é uma decisão da instituição que considera que o papel dela é discutir e alterar MPs”, afirmou Renan, em entrevista. “Nós não podemos limitar o Senado”, completou.
O texto que garante a redução da tarifa energética foi aprovado nesta segunda. “Essa questão não é política, é matemática. Se nós precisamos de sete dias e não temos os sete dias, já é uma decisão tomada”, afirmou Renan.
Fonte: O Globo e Veja
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